"Cabe aos profissionais de recursos humanos compreender este novo cenário, introjetar em seu trabalho os métodos ágeis e avaliar constantemente o impacto deles no seu modo de atuar."
Como as metodologias ágeis podem ser utilizadas no RH
A aplicação de metodologias ágeis no universo do RH trouxe uma nova noção de como deve funcionar o trabalho de gestão de pessoas em uma organização. Isso vale tanto para as funções cotidianas das equipes quanto para a forma que elas enxergam a empresa e seus desafios.
O RH Ágil, que tem até manifesto, inaugurou uma nova cultura de trabalho mais horizontal e conectada com as demandas das organizações modernas e com os anseios de uma nova geração de profissionais. É isso que está em jogo na rotação de talentos pelo mercado.
Cabe aos profissionais de recursos humanos compreender este novo cenário, introjetar em seu trabalho os métodos ágeis e avaliar constantemente o impacto deles no seu modo de atuar.
Um RH Ágil
As metodologias ágeis nasceram da preocupação dos profissionais de TI em adequar as rotinas de trabalho ao que as empresas de fato precisavam. Surgiram novos modelos de projetos que aceleravam a produção, descentralizando equipes e tarefas, para tornar as entregas mais ágeis.
Mais do que produzir e popularizar métodos como Scrum e Kanban, o que se viu foi a adaptação dos manifestos ágeis por diversas áreas de trabalho. Isso alterou a forma de profissionais e empresas pensarem sobre como devem acontecer os processos produtivos em uma organização. Daí para essa mentalidade chegar na gestão de pessoas foi um salto rápido.
Hoje, já falamos no RH Ágil, que busca alterar as culturas de trabalho e gerir pessoas sobre os seguintes pilares do seu manifesto:
Em resumo, um RH Ágil busca trabalhar a gestão de pessoas conectada a uma forma moderna de enxergar o profissional em seus desafios cotidianos. Ou seja, não criar barreiras entre ele e seus projetos, mas integrando-os para que o sucesso da entrega final faça sentido para ele e para a organização.
Mas todo cuidado é pouco
O RH Ágil não pode cair em armadilhas trazidas pela disseminação da cultura dos métodos ágeis. Sim, elas existem. Toda uma geração de profissionais está sendo formada com a noção da importância da tomada de decisão rápida, que beneficia o desenvolvimento de projetos. O problema é quando isso ultrapassa escopos e os módulos acabam tomando vida própria, com os profissionais indo além do que deveriam.
Essa situação pode gerar problemas para o projeto geral e uma perda de motivação dos profissionais que não souberam enxergar os limites da sua tarefa (atrapalhando até um processo mais geral da empresa). Por isso, mesmo com métodos ágeis no trabalho, os gestores de RH precisam identificar profissionais e gerenciar pessoas para executarem suas funções dentro do método, e não além deles.
Como alerta o professor Julian Birkinshaw, da London Business School e diretor do Instituto Deloitte, o gerenciamento e a liderança são essenciais para corrigir qualquer rumo e evitar a perda do controle e as más decisões. Afinal, autonomia e autogestão não significam desconexão e ausência de regras.
Mas não há dúvida de que os métodos ágeis são o futuro das organizações. Como aponta uma pesquisa da McKinsey, 70% das empresas consultadas tendem a ter melhores indicadores no futuro quando adotam essa prática no dia a dia.
Portanto, cabe ao RH, entender como as metodologias ágeis se inserem no dia a dia das pessoas, quais são os seus efeitos e como isso impacta no gerenciamento de profissionais de uma organização. É o novo desafio do capital humano.
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