Endomarketing e a cultura corporativa

"Afinal, existe algo mais singular que o cérebro humano? A comunicação corporativa ganha uma nova importância nesse cenário. Dados demográficos não são mais suficientes."

O futuro da comunicação corporativa está na conexão verdadeira com os colaboradores

Em um mercado cada vez mais competitivo e acelerado, sairão na frente as empresas que conseguirem oferecer algo realmente único. O caminho para a construção desse diferencial passa pela compreensão e desenvolvimento dos talentos dos colaboradores. Afinal, existe algo mais singular que o cérebro humano? A comunicação corporativa ganha uma nova importância nesse cenário. Dados demográficos não são mais suficientes. Entender e motivar verdadeiramente as equipes exige um conhecimento bem mais aprofundado. E quatro tendências estão despontando como os caminhos para o futuro. 

O primeiro elemento é, sem dúvida, a humanização. Ou seja, a capacidade das empresas de tratar cada funcionário da forma mais individualizada possível e enxergando as dinâmicas sociais entre eles. Em seguida, listamos ações que derivam desse olhar: a ultra segmentação, a centralização e o micro learning. 

Um estudo da consultoria Mercer mostrou que empresas que se preocupam com o bem-estar e com a comunicação transparente atraem mais trabalhadores qualificados. “O profissional atual buscará cada vez mais o alinhamento entre seus valores e os da empresa. Assim como se sentir valorizado, amparado e compreendido”, explica Antonio Salvador, líder de negócios na Mercer Brasil.  

Funcionários precisam de um olhar humanizado

Parece até óbvio dizer que a empresa precisa enxergar o colaborador de forma humanizada. Acontece que dados generalistas como idade, cargo e profissão não são mais suficientes para realmente construir uma conexão verdadeira. Um olhar realmente humanizado inclui:

• Compreensão de dinâmicas sociais dentro da empresa, como fluxo de informação, grupos de influência, "panelinhas", etc.
• Entendimento das expectativas e necessidades dos funcionários.
• Adoção de políticas para questões de gênero, orientação sexual, mobilidade, etc.

A consultoria Gartner aponta a empatia como a força para guiar essas práticas e cita três ações necessárias para que o RH seja mais centrado no ser humano. São elas: aprendizado de novas habilidades, atenção para a vida fora do trabalho, e priorização de objetivos relacionados ao bem-estar. 

Conteúdos e ações devem ser ultra segmentados

A partir do entendimento humanizado sobre as necessidades dos funcionários, as práticas de comunicação corporativa se tornam mais segmentadas. Ou melhor, ultra segmentadas. 

A organização sem fins lucrativos Institute for Public Relations, sugere que os conteúdo para colaboradores sejam pensados para micro grupos de acordo com o perfil psicológico e leve em consideração “personalidades, valores, atitudes, necessidades sociais, interesses culturais, desejos, estilos de trabalho, focos de carreira ou benefícios de carreira desejados e preferências de entretenimento”. 

As capacitações também devem adotar formatos personalizados 

Dentro dessa lógica, os conteúdos de capacitações também precisam estar adequados aos perfis dos colaboradores. O microlearning é um formato que vem ganhando força por permitir personalizações específicas, segmentação, e adaptação aos afazeres dos funcionários. 

O  microlearning é um formato de treinamento que oferece conteúdos divididos em vários pedaços pequenos. São conhecimentos programados para serem compartilhados em conteúdos curtos, como vídeos de três minutos, por exemplo. 

De acordo como o Journal of Applied Psychology, o microlearning resulta em: 

• Transferência de conhecimento 17% mais eficiente
• Respostas dos funcionários 28% mais rápidas
• Adesão aos cursos de 58% dos colaboradores.

Centralização permite organizar tudo em um só lugar

Com a necessidade de pensar a comunicação de forma cada vez mais individualizada, surge também a demanda por centralização. Os conteúdos devem ser variados, mas não espalhados, sob o risco de se criar mais confusão do que produtividade. A tendência aponta para a centralização da comunicação em uma ferramenta “hub”. Ou seja, um espaço onde todos os dados são guardados, sendo distribuídos e acessados de acordo com a necessidade de cada momento. 

A força da comunicação 

As dificuldades econômicas e sociais que o mundo passou nos últimos anos transformaram nossos valores de vida. Não tem volta. Os públicos internos e externos valorizam cada vez mais produtos e serviços que se conectem com essa nova visão. A comunicação interna tem a força de criar essa conexão. O futuro do RH e dos conteúdos corporativos está na potencialização das capacidades humanas. 

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